Os campos de golfe não gastam tanta água como alguns querem fazer crer
Jose Carlos Rodrigues
A escassez de água é uma das grandes preocupações dos campos de golfe. A boa gestão de recursos hídricos não começou este ano de 2022. Já vem de há mais de uma década
Mas, apesar das medidas de racionalização do consumo de água, os campos de golfe vão ter de fazer ainda mais, como seja:
– A constituição de mais reservas de águas pluviais
– A renovação dos sistemas de rega, com irrigação seletiva.
– Uso de novas relvas que consomem menos água e resistentes à seca e a doenças.
– Utilizar meios eficazes para limitar a evaporação nas massas de água
– A utilização das águas residuais (desde que as ETAR se preparem para isso, uma vez que a maior parte das estações de tratamento não instalou os níveis de purificação necessários, tratando água para a deitar ao mar)
Habitualmente aponta-se o golfe como um gastador de água. Como exemplo, atente-se no Algarve, onde existe a maior concentração de campos de golfe em Portugal. Os consumos de água por setor de atividade são os seguintes: Golfe – 6,4% ; Agricultura – 56,8% ; Urbano – 34% ; Indústria – 2,8%
Para além da fruição desportiva, os campos de golfe também têm outras funções:
•Os campos de golfe são redutos contra a urbanização excessiva, como é particularmente o caso em várias áreas demograficamente densas
•Os campos de golfe ajudam a combater a artificialização dos solos
•Os campos de golfe são barreiras de fogo, como ficou provado recentemente e em épocas passadas
•As relvas dos campos de golfe são coletores de carbono, assim como as florestas e plantas que os cercam
•As áreas de golfe são uma espécie de ilhas frescas nos casos das ondas de calor